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28/02/2015

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.14; Dt 22.22-30)

INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento do Decálogo “não adulterarás” tem como principais objetivos a pureza do matrimônio e a proteção da família. Nesta lição analisaremos este mandamento; veremos o que a Bíblia nos diz sobre o adultério tanto no AT quanto no NT; destacaremos alguns tipos de adultério e qual o plano original de Deus quanto ao casamento; e, por fim, quais as atitudes que devemos tomar para evitar esta obra da carne.



I – O SÉTIMO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
O quinto mandamento protege a inviolabilidade do lar (Êx 20.12); o sexto defende a sacralidade da vida (Êx 20.13), já o sétimo “Não adulterarás” a sacralidade do casamento (Êx 20.14). “A palavra adultério vem do latim, adulterium, que tem o sentido de “dormir na cama alheia”. É a relação sexual entre pessoa casada, com outra que não é o seu cônjuge”. Este mandamento tem como objetivo a abstenção de toda impureza da carne e ainda exorta para conservação do leito sem mácula, isto é, o amor conjugal e a coabitação. Ele visa proteger o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus. Esta prática nociva se constitui num pecado contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo (Gn 39.9; I Co 6.18; Rm 13.9). A pena capital para o adultério era a morte (Lv 20.10).



II - O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA
“O adultério é um pecado gravíssimo aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A sociedade sem Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso, e sim, como tendência natural do ser humano, que, segundo interpretação da teoria da evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo o exemplo de certos animais.
No entanto, a visão cristã passa pelas lentes fortes e cristalinas da Palavra de Deus, que considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento”.



No Antigo Testamento.
O mandamento “Não adulterarás” faz parte do Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de preservar a santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). É interessante destacar que “também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um ato de contaminação (Lv 18.20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte, envolvendo a execução de ambos os culpados (Êx 20.14; Lv 20.1). A pena de morte mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não meramente como um ato privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN, 2004, vl. 01, p. 66). Infere-se que passagens como Levítico 20.10-21, que tratam de comportamentos sexuais proibidos, sejam simplesmente uma extensão da lei sobre adultério.



No Novo Testamento
Os ensinamentos neotestamentários seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos (Mc 10.19; 18.20), incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Pedro fez semelhante declaração “Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (II Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou que o adultério é uma obra da carne e que os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; I Co 6.10; Gl 5.21). Confira também (Ap 22.15).



III – TIPOS DE ADULTÉRIO
A violação do sétimo mandamento, pode se dar pelo menos de três formas:



IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
 Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. Ela nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o casamento. Vejamos abaixo:

União heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo)
O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: 

(1) “contrário à natureza”
(2) “sentimento perverso”
(3) “coisas que não convêm”.



União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo)
Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24).



União indissolúvel
A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as idéias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro. Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-seá à sua mulher” (Gn 2.24-b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).



União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento)
Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18).
O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2). A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito que o próximo só poderia ter uma esposa legítima.



V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
Vigilância, oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Vejamos:

Evitando conversas íntimas com pessoas do sexo oposto (I Co 15.33);
Ocupando a mente com o que é proveitoso (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3);
Afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa a alimentar o pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23);
Mantendo-se longe de pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
Mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
Abstendo-se do ato sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
Mantendo o cônjuge satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
Observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
Orando e vigiando sempre (Mt 26.41).



CONCLUSÃO
Após a Queda do homem no Éden, a perversão sexual passou a fazer parte da história do ser humano, e, por esta razão, Deus condenou as práticas sexuais ilícitas na Bíblia sagrada. Dentre elas, encontra-se o adultério, que é a relação sexual com pessoa que não seja o cônjuge. O Senhor proibiu terminantemente esta prática no decálogo, visando a pureza do matrimônio e a proteção da família.



REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
RENOVATO, A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

21/02/2015

LIÇÃO 08 - NÃO MATARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.13; Nm 35.16-25)






INTRODUÇÃO

Veremos nesta lição que é Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à ela. Estudaremos que o sexto mandamento: "Não matarás" (Êx 20.13), apesar de proibir o homicídio, não proibia a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte (Gn 9.6). Ainda analisaremos sobre as cidades de refúgio que foram indicadas como cidades de asilo para o homicida (Nm 35.6,7), uma espécie de refugio e abrigo, para alguém que tivesse acidentalmente ou involuntariamente matado outro homem e por fim, verificaremos diversos tipos de homicídios condenados pela Bíblia Sagrada.

I – O SEXTO MANDAMENTO
O dicionário da língua portuguesa diz que matar é: “assassinar; tirar a vida de alguém; provocar a morte de, suicidar-se; tirar a própria vida”. Ao tirar a vida de alguém, o homicida está infringindo a lei dos homens e agindo diretamente contra o autor da vida que é o próprio Deus. A Bíblia nos diz que o crime de assassinato podia ser expiado por uma das duas maneiras estabelecidas na legislação mosaica. A primeira, no caso de homicídio doloso (com intenção de matar), em que uma vida é expiada por outra (Nm 35.31), o assassino deveria ser morto, ou seja, era "vida por vida" (Êx 21.23). A segunda diz respeito ao homicídio culposo (sem intenção de matar), a busca de proteção em uma das cidades de refúgio. A expiação, nesse caso, é a morte do sacerdote da cidade (Nm 35.25).

II - O SEXTO MANDAMENTO E O DOADOR DA VIDA
É Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à vida. A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para tomá-la. Pelo fato de sermos feitos à imagem de Deus, o homicídio é um ataque contra Deus (Gn 1.26, 27; 9.6). Proteger a vida é responsabilidade de todos os membros da sociedade e não só das autoridades públicas (Rm 13). O povo de Israel tinha permissão de se defender (Êx 22.2), e a lei fazia concessões para mortes acidentais (homicídio culposo), mas o homicídio doloso era uma ofensa capital (Êx 21.12-14).

III - O SEXTO MANDAMENTO E A PUNIÇÃO CAPITAL
O sexto mandamento: "Não matarás" (Êx 20.13), apesar de proibir o homicídio, não proibia a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte. Deus disse claramente a Noé: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem será derramado o seu próprio sangue, pois à imagem de Deus fez ele o homem” (Gn 9.6). Mesmo antes de ter dado um código de leis a Israel, Deus permitiu a pena capital (HOFF, 1995, p. 61 – acréscimo nosso). A palavra hebraica usada na proibição deste mandamento não é a palavra usual para matar harag”. A palavra usada é o termo específico para assassinar ratsach”. Uma tradução mais adequada deste mandamento seria: "Não assassinarás".
A proibição do sexto mandamento é não assassinar. O lei mosaica proíbe o homicídio premeditado, o assassinato violento de um inimigo pessoal (Êx 21.12; Lv 24.17). O termo refere-se também a homicídio culposo, aquele em que não há intenção de matar (Dt 4.42; Js 20.3). Crimes que exigiram punição capital incluíram homicídio premeditado (Êx 20.13; Gn. 9.6); violência contra os pais (Êx 21.15); sequestro (Êx 21.16; Dt 24.7); abuso verbal contra os pais (Êx 21.17). Tal desrespeito era considerado uma forma de homicídio dos pais, embora não matasse literalmente. Em alguns casos, a punição capital podia ser evitada mediante negociação com os parentes da vitima. Eram eles quem decidiam que multa seria exigida. Provavelmente tais multas eram pesadas (Êx 21.30).

IV - O SEXTO MANDAMENTO E AS CIDADES DE REFÚGIO
Entre as 48 cidades dadas aos levitas em Israel, seis, por ordem de Deus, foram indicadas como cidades de refúgio, ou asilo, para o 'homicida' (Nm 35.6,7). Estas cidades como o próprio nome classifica, era uma espécie de refugio e abrigo, para alguém que tivesse acidentalmente ou involuntariamente matado outro homem, então o “homicida” podia fugir e assim evitar uma vingança de algum familiar da pessoa morta. A lei fazia uma distinção entre homicídio premeditado (doloso) e homicídio acidental (culposo). Se alguém matasse uma pessoa acidentalmente, poderia refugiar-se no altar de Deus (1Rs 2.29) até que os anciãos tivessem tempo de estudar a questão. Uma vez que Israel assentou-se em sua terra, foram separadas seis cidades de refúgio para onde esses homicidas podiam fugir e receber proteção até que a questão fosse investigada (Nm 35; Dt 19; Js 20). Israel não tinha uma força policial organizada; esperava-se que a família da vítima cuidasse para que se fizesse justiça. No entanto, no calor da fúria, era possível que estivessem mais interessados em vingança do que em justiça, de modo que a lei interferia para proteger o acusado até se provar que era culpado. “A lei dava o direito ao "vingador do sangue" (Nm 35.19,21b), “goel”, em hebraico, "redentor, remidor, vingador", de matar o assassino onde quer que o encontrasse. Vingar o sangue era, no Oriente Médio, uma questão de honra da família (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21).

V - O SEXTO MANDAMENTO E A EUTANÁSIA OU MORTE ASSISTIDA
Aqueles que advogam esta prática afirmam estar ajudando as pessoas com doenças terminais, ou aqueles que estão em extrema dor. Alguns países ao redor do mundo já legalizaram o suicídio assistido por médico. No entanto, toda vida pertence a Deus, e apenas ele tem o direito de tomá-la (Dt 32.39; Jo 1.21). Deus é o doador da vida (Jó 12.10), logo é Ele quem controla a entrada do homem nesta terra (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4). E uma vez que Deus controla a entrada do homem na vida, é lógico que Deus controla também a saída do Homem desta vida. Ele é quem estabelece os limites em que nenhum homem pode atravessar, (Sl 104.29). Nenhum homem tem o direito de deliberadamente ou intencionalmente acabar com a sua vida, ou a de outra pessoa.

VI - O SEXTO MANDAMENTO E A PRÁTICA DO ABORTO
De acordo com a Bíblia, a vida começa no momento da concepção (Sl 139.13-16; Jr 1.5, Lc 1.41). No entanto,
muitos parecem ver o ser humano em gestação como algo que pode ser descartado segundo a conveniência. Os defensores do aborto afirmam que a mãe tem o direito de escolher. O aborto é um assassinato porque ele termina com uma vida humana, algo que pertence somente ao Deus Todo Poderoso (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4). Deus considera o “não nascido” como um perfeito ser humano. Há inúmeros ensinamentos nas Escrituras que deixam muitíssimo clara qual é a visão de Deus sobre o aborto. Êxodo 21.22-25 dá a mesma pena a alguém que comete um homicídio e para quem causa a morte de um bebê no útero. Isto indica claramente que Deus considera o feto no útero como um ser humano tanto quanto um adulto.

O ABOROTO NO ANTIGO TESTAMENTO
No AT a Bíblia se utiliza das mesmas palavras hebraicas para descrever os ainda “não nascidos” (infantes). A expressão “yeled” é usada normalmente para se referir a uma criança. Mas, em Êxodo 21.22, é utilizada para se referir a um filho no ventre. Em Gênesis 25.22 a palavra “yeladim” (filhos) é usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto ainda no ventre materno. Em Jó 3.3, Jó usa a palavra “geber” para descrever sua concepção. Mas a palavra “geber” é um substantivo hebraico normalmente utilizado para traduzir a ideia de um "homem", um "macho" ou ainda um "marido". Em Jó 3.11-16, Jó equipara a criança ainda não nascida com reis, conselheiros e príncipes. Todos esses textos bíblicos e muitos outros indicam que Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou em delinear estágios do ser, ou seja, entre uma criança ainda não nascida no ventre materno em qualquer que seja o estágio e um recém-nascido ou uma criança. As Escrituras pressupõem reiteradamente a continuidade de uma pessoa, desde a concepção até o ser adulto.

O ABORTO NO NOVO TESTAMENTO
No NT o grego se utiliza, também, das mesmas palavras para descrever crianças ainda não nascidas, o que indica uma continuidade desde a concepção à fase de criança, e daí até a idade adulta. A palavra grega “brephos” é empregada com frequência para os recém-nascidos, para os bebês e para as crianças mais velhas (Lc 2.12,16; 18.15; 1 Pd 2.2). Em Atos 7.19, “brephos” refere-se às crianças mortas por ordem de Faraó. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a João Batista, enquanto ainda não havia nascido, estando no ventre de sua mãe. O escritor bíblico também nos informa que João Batista foi cheio do Espírito Santo enquanto ainda se encontrava no ventre materno, indicando, com isso, o inconfundível ser (Lc 1.15). Mesmo três meses antes de nascer, João conseguia fazer um miraculoso reconhecimento de Jesus, já presente no ventre de Maria (Lc 1.44). Com base nisso, encontramos a palavra grega “huios” significando filho (Lc 1.36), descrevendo a existência de João Batista no ventre materno seis meses antes de seu nascimento.

VII - O SEXTO MANDAMENTO E A PRÁTICA DAS CÉLULAS TRONCO
O próprio Deus se relaciona com pessoas ainda não nascidas (Sl 139.16). O autor se utiliza da palavra “golem”, traduzida como "substância", para descrever-se a si mesmo enquanto ainda no ventre materno. Ele se utiliza desse termo para se referir ao cuidado pessoal de Deus por ele mesmo durante a primeira parte de seu estado embrionário (desde a nidação até as primeiras semanas de vida), o estado antes do feto estar fisicamente "formado" numa miniatura de ser humano. Sabemos hoje que o embrião é "informe" durante apenas quatro ou cinco semanas. Em outras palavras, mesmo na fase de gestação da "substância ainda informe" (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a criança e a está moldando (Sl 78.5-6; 139.13-16; Jó 31.15; Jó 10.8,11). Esses versículos e outros (Jr 1.5; Gl 1.15,16; Is 49.1,5) demonstram que Deus enxerga os que ainda não nasceram e se encontram no ventre materno como pessoas.

MATAR NO EXERCÍCIO DA GUERRA OU LEGÍTIMA DEFESA
Ao longo da história do homem caído, sempre existiu as guerras, as nações tiveram que defender suas fronteiras, comunidades mais fracas contra inimigos agressivos e desumanos. Mesmo Deus, em vários momentos, ordenou ao seu povo a partir para o campo de batalha (Ec 3.8). Com isto podemos dizer que aqueles que matam em uma guerra podem não ser considerados assassinos; pois, se uma pessoa luta para defender sua vida, sua família, sua comunidade, a própria Bíblia respalda sua defesa. Ou seja, quando a morte ocorre no âmbito da legitima defesa não pode ser classificada como homicídio culposo.

SUICÍDIO OU AUTO ASSASSINATO
O sexto mandamento proíbe o tirar a própria vida, pois esta lei é contra os destruidores de si mesmo. Nenhum homem tem o direito de tirar sua própria vida, pois é a bondade de Deus que dá a vida, (Jó 10.12, At 17.28). O matar a si próprio também é contrário ao amor de um homem a si mesmo. Chamamos suicida aquele que tira sua própria vida, matando-se. Esta é uma forma egoísta e pecaminosa de deixar o mundo (Jó 14.5). Assim como nenhum homem tem o direito de matar a outro homem, ninguém também tem o direito de tirar a sua própria vida. Quando uma pessoa recorre ao suicídio, ele esta recusando a graça de Deus. Há pelo menos cinco casos de suicídio registrados na Bíblia, e nenhum deles conta com a aprovação de Deus: Abimeleque (Jz 9.50-56); Saul (1Sm 31.1-6); Zinri (1Rs 16.18-19); Aitofel (2Sm 17.23), e Judas (Mt 27.3-10). Cada um deles teveram uma morte trágica, e nenhum contou com a aprovação de Deus. O suicídio é um ataque à imagem de Deus no homem (Gn 1.27) e uma tentativa de usurpar a soberania de Deus sobre a vida humana.

O ASSASSINATO CULPOSO
É quando uma pessoa mata outra, mas sem esta intenção (Nm 35.22-25). Devemos entender, que nem sempre quando uma pessoa mata outra ela esta cometendo um assassinato. “Assassinato pode ser definido como a tomada premeditada e intencional de outra vida humana”. Uma morte, nem sempre pode ser classificada como um homicídio. Era o crime involuntário e acidental, razão pela qual o autor não devia morrer, e a lei estabeleceu o procedimento a ser seguido para livrar o réu da pena de morte. Ele precisava se refugiar numa das cidades de refúgio até provar que o homicídio fora acidental (Dt 19.4-6). A outra maneira de escapar das mãos do vingador do sangue era agarrar-se nas pontas do altar (Êx 21.12-14; 1 Rs 1.50, 51). Esses dois recursos equivalem ao “habeas corpus” concedido atualmente.

O ASSASSINATO DOLOSO
É quando há intenção de matar (Nm 35.16-21). Aqui são dadas instruções específicas acerca do procedimento jurídico sobre o homicídio doloso. Se alguém ferir de morte seu próximo, "com instrumento de ferro" (v. 16), "com pedra à mão" (v. 17) ou ainda "com instrumento de madeira" (v.17), ou por qualquer outra forma (vv.20,21), e a pessoa golpeada morrer, o autor da ação é considerado homicida e deve ser julgado por isso.


CONCLUSÃO
Concluímos que somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para tomá-la. Pelo fato de sermos feitos à imagem de Deus, o homicídio é um ataque contra Deus e o próximo (Gn 1.26, 27; 9.6).


REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GEISLER, Norman L. Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. VIDA
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.